PARLENDAS
São versos infantis com rimas, criados para as mais diferentes finalidades, entre elas divertir, acalmar, ajudar a decorar números ou escolher quem deve iniciar uma brincadeira. Na literatura oral é um dos entendimentos iniciais para a criança e uma das fórmulas verbais que ficam, indeléveis, na memória adulta. Como variam bastante, cada pessoa pode conhecê-la de um modo diferente. Os portugueses denominam as parlendas cantilenas ou lengalengas.
Conheça ou relembre algumas parlendas
"Um, dois, feijão com arroz. Três, quatro, feijão no prato. Cinco, seis, bolo inglês. Sete, oito, comer biscoito. Nove, dez, comer pastéis" .
"Batatinha quando nasce se esparrama pelo chão. Menininha quando dorme põe a mão no coração".
"O cravo brigou com a rosa debaixo de uma sacada O cravo saiu ferido e a rosa despetalada".
"Chuva e sol, casamento de espanhol. Sol e chuva, casamento de viúva".
Bão, babalão, Senhor Capitão, Espada na cinta, Ginete na mão. Em terra de mouro Morreu seu irmão, Cozido e assado No seu caldeirão.
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Bão-balalão! Senhor capitão! Em terras de mouro Morreu meu irmão, Cozido e assado Em um caldeirão; Eu vi uma velha Com um prato na mão, Eu dei-lhe uma tapa Ela, papo... no chão!
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Hoje é domingo Pé de cachimbo Cachimbo é de barro Bate no jarro O jarro é de ouro Bate no touro O touro é valente Bate na gente A gente é fraco Cai no buraco O buraco é fundo Acabou-se o mundo.
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Amanhã é domingo, Pé de cachimbo; Galo monteiro Pisou na areia A areia é fina Que deu no sino O sino é de prata Que deu na barata A barata é de ouro Que deu no besouro O besouro é valente Que deu no tenente O tenente é mofino Que deu no menino...
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Dinglin... dingues, Maria Pires? O que fazeis? Fazendo papa! Para quem Para João Manco. Quem o mancou? Foi a pedra. Cadê a pedra? Está no mato. Cadê o mato? O fogo queimou. Cadê o fogo? A água apagou. Cadê a água? O boi bebeu. Cadê o boi? Foi buscar milho. Para quem? Para a galinha. Cadê a galinha? Está “pondo”. Cadê o ovo? O padre bebeu. Cadê o padre? Foi dizer a missa. Cadê a missa? Já se acabou!
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Cadê o toicinho daqui? O gato comeu. Cadê o gato? Foi pro mato. Cadê o mato? O fogo queimou. Cadê o fogo? A água apagou. Cadê a água? O boi bebeu. Cadê o boi? Foi amassar trigo. Cadê o trigo? A galinha espalhou. Cadê a galinha? Foi botar ovo. Cadê o ovo? O padre bebeu. Cadê o padre? Foi rezar a missa. Cadê a missa? Já se acabou!
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TRAVALÍNGUAS
"São parlendas que ajudam a dicção. Ao falar rapidamente as palavras, a língua costuma ficar presa, travada. Daí o nome de travalíngua".
Leia algumas:
O rato roeu a roupa do rei de Roma. O rei roxo de raiva rallhou pra rainha remendar.
Quem a paca cara compra, cara a paca pagará.
Debaixo da pia tem um pinto, quando a bica pinga, o pinto pia.
O peito do pé do pai do padre Pedro é preto.
Num ninho de mafagafos, seis mafagafinhos há. Quem os desmafagafizar bom desmafagafizador será.
O bispo de Constantinopla Quer se desconstantinopolizar Quem conseguir desconstantinopolizar O bispo de Constantinopla Bom desconstantinopolizador será.
A babá boa bebeu o leite do bebê.
Farofa feita com muita farinha fofa faz uma fofoca feia.
- O Tatá tá? - Não. O Tatá não tá. - Mas o tio do Tatá tá. E quando o Tatá não tá e o tio do Tatá tá é o mesmo que o Tatá tá. Tá? - Tá!
A pipa pinga, o pinto pia. Quanto mais o pinto pia, mais a pipa pinga.
Lá vem o velho Félix com um fole velho nas costas. Tanto fala o velho Félix como o fole do velho Félix fala.
E era o sapo dentro do saco E o saco com o sapo dentro E o sapo fazendo papo E o papo fazendo vento.
O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que o tempo não tem tempo, nem tempo o tempo tem.
Quando digo "digo", digo "digo", não digo "Diogo". Quando digo "Diogo", digo "Diogo", não digo "digo".
Jararaca é carajá. Jaca cara é jacaré.
Lanço o laço no salão. O lenço lanço, a lança não.
Um papo de pato num prato de prata.
O sábio soube saber que o sabiá sabia assobiar.
Lendas brasileiras tem origens indígenas, européias e africanas. Passando de pai para filhos, divulgam mitos e assombrações! Contadas por gente simples, ditam o folclore em relatos bacanas! À seguir, viajaremos por estes contos, em estórias e aparições:
IARA OU MÃE-D'ÁGUA Iara ou mãe-d'água é uma sereia, que vive em rios e lagos. A Iara fascina o humano, que logo cai em seu poder, O rapaz que atira-se nas águas sem receio em perecer afogado, Se salvo, diz, ter vivido com bela moça, em um reino encantado!
BOTO O Boto vive nas águas, configurando-se em um belo rapaz; Nos rios, em noites de luar, toca bandolim com ares de maroto. Ele toca, toca, toca, até que uma humana venha a seu encontro, Após amar a humana, o rapaz, sai nas águas em forma de boto!
CURUPIRA Amigo das plantas, o Curupira é o gênio das matas e pensamentos. Com dentes verdes e com pés às avessas, é de bom e maus momentos; Sugador de sangue dos intrusos, ele anda nu ou vestindo tanga; Sua mulher, chicoteia os animais e homens, com o cipó de japecanga!
MULA-SEM-CABEÇA Mula-sem-cabeça; ente sobrenatural, é sabido da gente brasileira. Bravio, relincho estridente e sem cabeça, é um animal mui forte, À frente dos viajantes, sempre surge de quinta para a sexta-feira, Quem cruzar com a mula-sem-cabeça, toma coices e pode ir à morte!
SACI-PERERÊ O Saci-pererê tem uma só perna e grande espírito brincalhão. De cor negra, o moleque safado, bagunça quem está quieto. Ele usa barrete vermelho, um pito de barro e é mui esperto! O saci joga cinzas dentro das panelas; apaga o lume do fogão; dá nó em crinas de cavalos; pula nas camas e oculta objetos. Também, arma ciladas e diverte-se com seus trejeitos inquietos!
ICAMIABAS OU AMAZONAS Icamiabas/Amazonas, são mulheres da floresta amazônica. Morenas, cabelos longos, altas e belas, não possuem maridos, Elas manejam bem o arco e têm o seu seio direito extraído. A perpetuarem a raça, fazem festas nupciais com índios fortes, Nenens meninas são da tribo, os meninos são levados à morte!
O BOITATÁ O boitatá é um gênio que vive em matas por esse Brasil afora, Ele protege as florestas contra os incêndios e as queimadas. O boitatá vira bicho-papão, ao ver crianças com fósforos nas mãos. Também, amaldiçoa as queimadas. Quem as faz, ficará sem nada!
OUTROS... O jurupari, o caraganca, o uirapuru, e o macaxeira, Além de outros, são lendas menos sabidas da gente brasileira. Ditas por gente do interior, entre um gole de café ou de cachaça, Essas histórias, agradam e arrepiam pois, parecem verdadeiras!!!
Autor: Manuel de Almeida (Manal)
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